Momentos de Celebrações - AO VIVO

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PAROQUIA DE SÃO VICENTE FERRER - LAVRAS CEARÁ



DIAS 03/ 04 / 05 DE DEZEMBRO DE 2010, AQUI NA MATRIZ DE SÃO VICENTE FERRER TEREMOS UM CURSO DA LEITURA ORANTE DA BIBLIA.



O que é a Lectio Divina? - Não é fácil traduzir literalmente e com exatidão a expressão latina “Lectio Divina”. Habitualmente é chamada de Lição Divina ou leitura orante da Palavra de Deus. Trata-se de uma leitura atenta e sem pressa. Cada dia é meditado e contemplado um texto escolhido e preparado de antemão. Tal leitura não tem apenas a finalidade de satisfazer a curiosidade intelectual do leitor. Ela tem como objetivo alimentar a vida de fé do cristão, fortalecer a união com Deus e animar o apostolado. O vaticano II, na Constituição Dogmática “Dei Verbum”, sobre a Revelação Divina diz que: - “A Lectio Divina é a escuta religiosa e piedosa da leitura sagrada da Escritura” (DV 10). Pressupõe sempre uma atitude de fé orante e abertura de coração.
O encontro: - A leitura orante da Sagrada Escritura sempre tem sido o lugar preferido para o encontro com Deus. É a chamada “Lectio Divina”. Mas, “Lectio” não significa ler a Bíblia somente para adquirir conhecimentos ou obter informações. Trata-se de um encontro profundo e íntimo com Deus que se dirige a nós através da Palavra. É na Palavra que sentimos a unidade e a essência de Deus. No encontro com Deus encontro a mim mesmo de uma maneira nova. Santo Agostinho diz: - “A Palavra de Deus se opõe à tua vontade enquanto não te tornar artífice de tua salvação. Na medida em que tu mesmo fores o teu inimigo, também a Palavra de Deus o será. Torna-te amigo de ti mesmo e também a Palavra de Deus estará em harmonia contigo” (Sermão 110,3). Na medida em que compreendo a Palavra de Deus, compreendo a mim mesmo de uma maneira nova. Compreender o texto bíblico é compreender os meus limites.
O amor à Palavra: - Para a pessoa de fé, a Bíblia é o “Livro de Deus”. Quem segue a Cristo recorre sempre à Sagrada Escritura para encontrar a “Água viva da salvação”. É na escuta atenta da Palavra de Deus que o amor misericordioso e a compaixão vão sendo aprimorados. É sempre o Espírito Santo que suscita o amor e adesão à Palavra. Além do mais, a leitura atenta da Palavra sempre leva à oração e intimidade com o Senhor. É impossível compreender a leitura orante sem chegar à oração, em todas as suas formas e expressões, tais como: - súplicas, hinos, ação de graça, invocações, louvores, pedidos de perdão... Assim, a Lectio Divina passa a ser uma Palavra rezada e não apenas lida. É uma assimilação lenta do texto bíblico, onde a pessoa orante escuta atentamente a voz do Pai e volta o seu olhar e o seu coração para ele.
A escuta da Palavra: - No Antigo Testamento, uma das características peculiar da religião hebraica é, sem dúvida, a escuta atenta da Palavra. Por um lado, Deus fala através dos textos Sagrados; por outro, o povo responde na escuta, acolhendo tal Palavra, impregnando assim da sabedoria divina. Para que o povo de Israel seja “propriedade exclusiva do Senhor, bem como um reino de sacerdotes e uma nação santa”, precisa escutar sua Voz e observar sua Aliança (Ex 19,5-6). A atitude mais digna do ser humano, perante seu Criador e Pai, sintetiza-se na escuta de sua Palavra. Esta requer ambiente de silêncio, recolhimento e abertura. Nosso Deus continua a falar a cada pessoa que escuta atentamente sua Palavra.
Os quatro passos: - A leitura divina é dividida em quatro passos: - leitura – meditação – oração – contemplação. A leitura orante da Bíblia procura a união com Deus, à meditação o encontra, a oração o invoca e a contemplação o saboreia. Tal método acende o desejo ardente do coração para Deus. Contemplar é rezar sem palavras. É tornar-se um com Deus. Há uma conexão interna das quatro fases. O principal objetivo da leitura orante é encontrar-se com Deus. Na Lectio Divina, a alma percorre um itinerário espiritual em direção a um encontro sempre mais profundo com Deus.
Ler a Palavra: - Há uma evolução lenta. Aos poucos se passa do ato de ler para escutar a Palavra. Assim, por exemplo, Moisés cumpre sua missão mediadora entre Deus e o povo, lendo a Palavra do Senhor, que estava escrita nas tábuas da Aliança (Ex 24,7). A Lei escrita em pergaminhos, passa a ser chamada de Escritura, que quer dizer exatamente isto: - Lei escrita para ser lida e proclamada. No Novo Testamento Jesus fala com pessoas que conhecem bem a Escritura: - “Nunca lestes o que fez Davi quando teve necessidade, e ele e os que o acompanhavam sentiram fome”? (Mc 2,25). Podemos ver nesta pergunta de Jesus já a origem da Lectio divina.
Meditar a Palavra: - Já nos primeiros séculos do cristianismo, a Igreja, através dos Monges, fez uma grande descoberta: é preciso meditar as Escrituras, ou seja, “ruminar”. A leitura orante leva à meditação. É aí que o cristão percebe a força transformadora da Palavra, assim ele vai formando a consciência reta e clara dos apelos de Deus para poder agir perante a maldade do mundo. Meditar é parar. É tirar tempo para perceber as novidades de Deus. Meditar é mais do que ler. È colocar o ouvido e o coração à escuta.
Rezar a Palavra: - Aquilo que é lido no Antigo Testamento encontra sua realização na vida e nos ensinamentos de Jesus. Os evangelhos constituem o coração de toda a Bíblia. Toda leitura orante tende a conduzir à oração. Rezar é, em primeiro lugar, um relacionamento amoroso e gratuito com Deus. A autêntica oração é sempre união com Deus. É sempre intimidade com o Criador. Os frutos da oração se manifestam ao longo da vida. A oração nos traz de novo a sensibilidade humana, muitas vezes, esquecida em nosso cotidiano. Quem reza também se compromete. Quem reza entende a dor e o sofrimento do outro. É impossível rezar e ficar de braços cruzados, sem perceber o sofrimento de tantos irmãos sofredores. A oração conduz a um apostolado fecundo.
Contemplar a Palavra: - É necessário contemplar a Palavra, isto é, o Verbo que se encarnou, o Filho de Deus feito Homem. São João nos diz: - “Nós contemplamos a Palavra da Vida” (1Jo 1,1). Quem contempla também vai se comprometer com os valores do Reino, vai sempre mais percebendo qual é a autêntica vontade de Deus sobre sua vida. A contemplação permite o discernimento em profundidade. O próprio Jesus manda examinar as Escrituras como fonte de vida: - “Examinai as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna; ora são elas que dão testemunho de mim” (Jo 5,39). O verbo “examinar” tem aqui o sentido de contemplar. A contemplação não tem nada de alucinação, desequilíbrio emocional ou até mesmo fanatismo. Não se pode forçar uma contemplação. Ela brota espontânea de uma atitude orante. Não basta pensar em Deus, é preciso unir-se sempre mais a ele. É através da contemplação que a pessoa encontra o equilíbrio interior e um estado de harmonia e paz. Neste espaço de Deus as feridas do coração vão sendo curadas. Na contemplação precisamos estar dispostos a nos assumir do jeito que somos diante de Deus. O ponto mais alto da ascese cristã é a contemplação.
Coração orante e contemplativo: - Eis o segredo de toda força missionária. A Lectio Divina é a base necessária de toda a vida cristã. A vida espiritual do cristão é a Sagrada Escritura lida, meditada, rezada e contemplada. Isso é compromisso de cada dia. A leitura orante não é exercício isolado do cristão, pois ele está em comunhão com toda a Igreja. Conforme Orígenes, o “cristão perfeito” é aquele que sabe ler as Escrituras. E no dizer de São Jerônimo, “desconhecer a Escritura é desconhecer Cristo”. Também Santo Ambrósio pede que a leitura da Palavra de Deus seja contínua e diária: - “Tenham, diariamente nas mãos a Sagrada Escritura, a fim de adquirir o conhecimento de cristo”.


ADVENTO


















Início do Ano Litúrgico: para a Igreja Cristã no Advento inicia-se o novo ano. O primeiro Domingo de Advento é o início do calendário litúrgico da Igreja que organiza e determina as comemorações, as celebrações e os principais conteúdos da vida comunitária dos cristãos; por exemplo: Advento, Natal, Epifania, Paixão, Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Trindade, Ação de Graças, Reforma, Eternidade. Espera e Vigília: Advento significa "vinda", "chegada". Está relacionado à chegada de Deus ao mundo. Tempo determinado para a preparação da festa do nascimento de Jesus. Ao mesmo tempo, esta "espera" recebe os traços litúrgicos e de comportamento próprios de uma "vigília", a partir do impacto da expectativa das comunidades cristãs (venha o teu reino) relacionada à nova vinda de Cristo, à chegada do "novo Céu e a nova terra". Temos nesta época conteúdos de fé e tradições cristãs que promovem a alegria, causada pelas dádivas de Deus relacionadas ao nascimento de Jesus e pela expectativa de uma ação salvadora plena que ainda vai chegar, neste caso uma antecipação da grande alegria vindoura. Esperança: advento é um tempo apropriado para fomentar a construção da esperança, uma esperança que transcende os limites das necessidades materiais e imediatas, uma esperança que inclui uma visão de mundo, de tempo e espaço onde é possível a dignidade, a justiça, a paz e o amor, o equilíbrio da vida e da Criação de Deus. Para a construção desta esperança necessário se faz re-elaborar e resistir aos apelos do consumo, próprios desta época em que o comercio e outras ações típicas da sociedade de consumo propõe, subvertendo os conteúdos e as tradições criadas em torno do Natal de Deus no mundo. Calendário de Advento: Neste quadro da esperança surgiu na Alemanha uma tradição familiar, que visa especialmente motivar as crianças a esperarem e a compreenderem o ritmo do tempo. As mães, avós, pais e avôs preparam, de várias maneiras (veja um modelo na gravura ao lado), uma caixinha para cada dia do tempo de Advento. A tradição é colocar em cada caixinha uma mensagem, ou tarefas comunitárias, ou uma pequena lembrança, com o intuito de ajudar as crianças contarem os dias que faltam para o Natal e coordenar a ansiedade delas ao querer ganhar antes do tempo os presentes. Este calendário e suas tarefas disciplina a espera tornando-a terapêutica e alegre, com conteúdo que conduz com criatividade a expectativa da criança até ao dia do Natal. Arrependimento e Limpeza: Já o profeta João Batista chamava o povo para o arrependimento e ao batismo: "Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do céu está perto! ... e João os batizava no rio Jordão" (Mateus 3.2 e 6). Não se sabe determinar quando iniciou, mas até hoje em certas regiões na época do advento as pessoas e famílias fazem uma limpeza interior e externa: avaliam a sua vida e constroem esperanças novas para o futuro e limpam também os seus armários, a casa inteira, os jardins, pintam as casas... etc. Infelizmente esta tradição está comprometida, cada vez menos pessoas têm armários para limparem, casas para pintarem, jardins para cuidarem e poucas encontram tempo ou dão importância para o ritual de arrependimento. Coroa de Advento: A coroa de advento é feita com ramos verdes, geralmente envolvida por uma fita vermelha e nela 4 velas são afixadas. Ela simboliza e comunica que naquela Igreja, casa, escritório ou qualquer espaço em que ela esteja vivem pessoas que se preparam com alegria para celebrar a vinda de Deus ao mundo, o Natal. O círculo da coroa: simboliza a nova aliança de Deus com a humanidade. Esta nova aliança é celebrada no sacramento da Santa Ceia. Ao círculo da coroa pode ser relacionado também a coroa de espinhos colocada na cabeça de Jesus naquela semana em que foi crucificado - a nova aliança foi feita pelo Jesus negado e rejeitado, com humildade e doação. Os ramos verdes, os ramos mesmo cortados permanecem verdes por semanas: comunicam a esperança, uma esperança que leva a perseverança, uma entrega total da vida a Deus. A fita vermelha: a cor vermelha na tradição litúrgica está ligada à cor do fogo e do sangue. Simboliza a cor da vida, do amor e ao mesmo tempo do derramamento do sangue, sacrifício. A nova aliança de Deus com a humanidade foi feita com amor, doação, sacrifício e trouxe a vida plena e eterna. As 4 velas: uma vela para cada domingo que antecede ao dia 25 de dezembro. Alguns registros históricos contam que a coroa de advento surgiu em uma instituição que abrigava crianças pobres. Inicialmente ela continha entre 22 a 28 velas, uma para cada dia do tempo de advento. Devido aos custos diminuiu-se o número de velas. As velas da coroa são acesas (a cada domingo mais uma), para iluminar a vigília do advento, a preparação para vinda da luz ao mundo. Simboliza que Jesus Cristo é a luz do mundo. Comunica a alegria da vida que procede de Deus, aquela que vai além dos limites que a vida no mundo impõe. Advento é tempo de voltar-nos para o Deus que nos ama e que está bem perto de nós. É tempo da fé nas coisas novas, no novo céu e nova terra onde habita a justiça e a paz. É tempo de limpeza e arrependimento, de opção por uma vida saudável em que sobra espaço para a solidariedade, a verdade, a paz e a comunhão. É tempo da construção da esperança e da vida comunitária que rompem os nossos limites e entendimento. É tempo de alegria, de festejar o amor de Deus por nós.